terça-feira, 13 de setembro de 2011

Não se pode suportar a loucura!

Dizem que de boas intenções o inferno está cheio. Não acredito nisso!
Acho que entre o céu e a terra há muitas pessoas com boas intenções, mais do que sonha a nossa vã filosofia.
O que percebo é que muitas vezes só intenção não faz a ação.
Conheci alguém que um dia me fez uma proposta indecente. Uma proposta inimaginável para alguém como eu.
Fiquei sem saber como agir quando eu ouvi aquilo... sério!
Essa pessoa, acreditem, com a melhor das intensões, me disse: se abra!
Isso mesmo!!! Essa pessoa me disse: se abra, diga o que se passa dentro de você e, quando precisar, peça socorro!!!!
Não sabia, até então, que alguém poderia ouvir meu socorro e vir me salvar! Sempre pedi socorro a mim mesma e assim estava até receber essa proposta.
Mas... como fazer isso? É só falar? Só abrir a boca e dizer "socorro"???
E o que vem depois? Afinal, um pedido de socorro é o máximo do desespero. Pede-se socorro quando se está morrendo, não importa o sentido da morte. Morte é sempre morte e sempre assusta.
Medo! Socorro! Como dizer??? Nunca disse a ninguém e por isso meu corpo cobrou: paralisias faciais, síndrome do pânico e outras cositas!
Resolvi então experimentar e pedir socorro. A muito contra-gosto, com receio... mas pedi! Era isso ou sumir!
Resolvi pedir, não queria sumir, a saudade seria grande demais!
Pedi e... foi um desastre total! A pessoa não deu conta! Tadinha... esse foi um caso de que a intenção era maior que a capacidade de ajudar. Mas eu havia dito a ela: você não vai dar conta! Ela disse que daria sim, era só confiar!
Bem, chegou a hora que me encontrava entre dois caminhos: sumir ou desabafar! Estava acostumada a sumir, mas desta vez eu tinha uma pessoa que me disse para desabafar. Tento ou não??? Que medo!
Tentei!!! Confiei e... ela não deu conta! De repente, quando o desespero foi maior que a capacidade de se controlar me vi correndo num estacionamento e entrando no meu carro pra gritar e gritar e gritar... eram gritos de "porque??????"
Porque me disse que daria conta? Porque não me deixou sumir? Porque fez eu me abrir? Sempre dei conta sozinha... porque mudei as coisas?
Bem... após a descarga de adrenalina.... lá estava ela, me procurando e quando me achou me falou, com uma sinceridade comovente, que aquilo jamais aconteceria. Que seria meu porto seguro quando eu precisasse.
Você teria acreditado??? Daria uma segunda chance?
É... eu dei!
Pequenas tempestades à parte, desde ontem passo por uma tsunami e estou pedindo ajuda com pisca-pisca!
Qual não foi minha surpresa quando percebi que, mais uma vez, a intenção era maior que a capacidade.Ou que era coisa demais pra qualquer ser humano normal.
Sou louca, sei disso desde sempre, e me desculpo por achar que alguém no mundo poderia me ajudar.
Agradeço, de coração, a intenção, mas sei que fui demais para qualquer mortal.
Ainda tentei não falar... tentei guardar pra mim. Mas, diante da insistência e boa intenção, não resisti e disse o que ela poderia fazer: "Cuida de mim, com todo o carinho do mundo... todo mesmo!"
Mas, foi demais e acabei, de novo, dentro carro, chorando, só que dessa vez vendo a pessoa se afastar. Ela, dessa vez, não me procurou. Ela se foi e me deixou destruída, sem entender o porque me disse que cuidaria de mim e, no fim, foi embora.
Andando sem rumo pela Rodovia do Sol tive meus momentos de desespero e angústia sem fim. Meu rosto, que há uns 2 anos não paralisava, paralisou! Tive pânico, medo e raiva. Raiva de mim, da vida, da minha vida! Raiva por ser uma pessoa fraca que um dia achou que poderia se abrir com alguém e esse alguém daria conta. Raiva da minha burrice: se eu sabia que não, porque insisti nessa ideia estúpida???
Se eu resolvesse como sempre resolvi era uma coisa a menos pra eu me preocupar...
Aprendi com isso que nunca devemos sobrecarregar ninguém. Ela disse que conseguiria, mas eu tinha certeza que não! Então não deveria ter feito o que fiz, deveria ter dado ouvidos à minha intuição.
Mas, se é vivendo que se aprende, aí está a lição de toda uma vida: quem nasceu pra ser sozinho não deve tentar seu parte de um par. Nunca dará certo pela própria natureza imutável de uma personalidade solitária. Tudo nessa personalidade só é tolerável e compreendido por ela mesma. E se não for, dane-se! Ela com ela mesma se entende e ninguém se fere.
Tenho certeza de que a pessoa que foi embora e me deixou sangrando está sangrando ainda mais... está se sentindo fracassada por não ter conseguido suportar tantas coisas.
Não se sinta e acredite em mim: a loucura solitária de uma personalidade intensa é insuportável, até mesmo com as melhores intenções do mundo!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Viver morrida

O que dizer quando não se sabe que palavras usar?
Posso gritar? Posso enlouquecer? Talvez assim consigo expressar.
Estou em crise de abstinência, acho!
Estou sentindo falta... falta de!
Não sou boa com deduções. Sei disso, sempre soube mas continuo me aventurando nessa seara. Besteira! Sempre que faço isso me dou mal, mas insisto!
Deduzo que vou sofrer, que vai doer, que vou morrer mesmo estando viva!
Uma vez escrevi que queria morrer, estando viva, queria viver morrida!
Acho que é isso! É diferente de entrar na caverna, muito diferente.
Quanta coisa tem esse tal de lado emocional! Que saco!
É mais fácil ser frio? Não saberia responder e não me arrisco deduzir por motivos óbvios.
Sabe o que é interessante??? É que do mesmo jeito que quero viver morrida sinto falta de algo que nem perdi!
Culpa de quem??? Da minha doce e estranha-mente!
Ela me apronta cada uma que me aborrece de tal maneira que tento calar a "boca" dela tapando os ouvidos!
Não adianta! Ela fala e fala, eu querendo ou não!
E ela me diz agora, às vezes sussurrando, às vezes gritando: você perdeu!
O que???
Perdeu, simples-mente!
Medo! Na postagem anterior a palavra medo esteve presente. Não sou de temer muitas coisas, principalmente quando me lembro que já enfrentei medos maiores.
Tem como medir o medo? Acho que, no momento em que se sente o medo, não importa do que, ele é sempre grande, sempre!
Os dias foram se passando, e minha busca não parou. Me consultei com um médico amigo, ou melhor, um amigo médico, que sempre me socorreu nessas horas. Chegamos a mesma conclusão: meu corpo estava mandando a conta do desgaste!
Mil idéias, projetos engavetados saindo para dar o ar da graça na orla da Praia da Costa. Amanhã mesmo começarei. Não vai dar, afinal, temos que eliminar qualquer possibilidade de ser algo cardíaco. Marcar consulta e ver no que dá, embora já tivesse quase certeza da resposta.
Marquei, teria que esperar uma semana porque pedi o melhor cardiologista. Até que chegou o dia da consulta tive mais algumas crises, só uma de grande porte.
Finalmente chega  dia 14 e estou lá, frente à frente com o Dr. Eduardo (adoro esse nome), e o resultado foi mesmo o esperado: NADA!
Ainda falta o teste da esteira, só então serei liberada para atividades físicas.
Quero muito fazer algo, estou mesmo sentindo essa necessidade e não vou abrir mão. O professor de educação física da minha escola está montando um programa de exercícios, etc.
Vou começar assim que receber liberação. Vai dar certo!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

As crises!

Bem, passado o susto, chega à noite e vamos aos estudos, leituras, pesquisas.
Se senti algo, foi porque aconteceu! Não estou em estágio esquizofrênico em nenhum grau! Então porque os níveis estavam normais? Não demorou pra entender que o que eu tive foi um ataque de pânico!
A descrição que postei anteriormente explicou tudo!
Em fim, as dúvidas foram sendo sanadas e outras vieram: Quando acontece? Como parar? Como tratar? Como? Quando? Onde? Porque? De que forma?
Certeza de uma coisa apenas: não passaria por passar, vi a palavra psiquiatra no meio de tantos textos.
Algo contra psiquiatra? Não! Mas não quero ir a alguém que vai me "examinar" por 15 min e me passar um remédio tarja preta com retenção de receita. Tenho certa "arrelia" a isso!
Tinha o propósito de dormir cedo mas, fiquei com medo! Medo de acontecer de novo, sei lá!
Não havia nada, mas poderia haver. Fiquei acordada até alta madrugada quando me entreguei e fui dormir.
Foi só me deitar que tive outra crise. Bem menor, menos intensa, mas causou medo do mesmo jeito!
Tentei mentalizar: isso não é real, é só um desequilíbrio hormonal, não é real, não estou morrendo!
Adiantou apenas para eu não ir ao hospital, pois os sintomas são os mesmos e só vão embora quando querem!
Levantei, tomei um banho frio e voltei a deitar.
Dormi, com medo claro! O ser humano não foi feito pra morrer e quando está assim, cara a cara com a possibilidade de ir dessa pra melhor (?), bate o desespero mesmo!
Outro dia chegou, e fiquei me observando pra ver como seria.

Síndrome do Pânico

Primeiro as definições, adoro!

Síndrome  é o grupo ou agregado de sinais e sintomas associados a uma mesma patologia e que em seu conjunto definem o diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica.
                                                                       (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


PânicoA palavra "pânico" deriva do grego πανικός ("pertencente ao deus dos rebanhos, "), que levou diversão de assustadores rebanhos de caprinos e ovinos em explosões repentinas de medo incontrolável. Os gregos antigos creditavam a vitória na batalha de Maratona a Pã. Eles usavam seu nome para o medo exibido pelos soldados inimigos em fuga.
Na natureza, o "estado de pânico" é um sistema de defesa normal e útil que ativa todas as regiões do cérebro que estão relacionadas à atenção. É como se o animal entrasse em alerta máximo e num processo de fuga. Uma característica, por exemplo, é perder um pouco da sensibilidade nas extremidades do corpo para facilitar a fuga; ferimentos leves são ignorados enquanto um animal foge de seu predador
                                                                                        (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


A questão é quando se tem pânico sem estar em real perigo! Isso é uma merda! Algo que te incapacita, te fere e te constrange! Você se sente um ser inutilmente frágil porque tem a real impressão de que vai morrer, algo vai te pegar, te matar sufocado. Algo invisível, que nem ao menos te toca mas tem o poder de roubar seu ar!
Ligue ventiladores, pode se colocar em pé na frente de um, não adianta, estão roubando seu ar, você está ficando tonta, seu cérebro vai apagar, você vai morrer!


"Porém, para o ser-humano, o pânico em situações que não expressam real perigo, pode ser uma doença que atrapalha o convívio social, chamada de síndrome do pânico. O "medo do pânico" pode se tornar o transtorno do pânico relacionadas a outros tipos de patologia psiquiátrica como crise de ansiedade,depressãoestresse e outros."
                                                                                       (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


Pois é, como se não bastasse tudo o que já enfrentei, essa é a bola da vez! 
Terça feira, dia 01/02/2011, dei entrada no ambulatório do Hospital Evangélico com os seguintes sintomas: dor forte no braço esquerdo, formigamento de ambas as mãos, aperto no peito, batimentos cardíacos irregulares, falta de ar, tonturas! A certeza de que provavelmente estava tendo um enfarto era certa!
Tinha uma triagem, tinha senhas, tinha toda uma parafernália necessária para atendimento: maldita UNIMED!
Odeio médicos, hospitais, internações, cheiro de hospital. Deve haver produtos de limpeza "aroma de hospital". Todos os hospitais cheiram a hospital, repararam???
Não segui as as regras dessa vez. Cheguei ao balcão e disse: "É provável que eu esteja tendo um enfarto, preciso de atendimento agora!" Eu não estava prestes a desmaiar ainda, mas se ela não me deixasse entrar eu iria fingir um desmaio, porque de verdade, eu estava muito tonta e com muita dor!
Entrei, o médico era conhecido, mas achei que ele não tivesse me reconhecido. Aferiu tudo, estava tudo normal!
COMO ASSIM???? Estou sentindo a vida ir embora, SEI QUE ESTOU MORRENDO!!! Como assim está tudo normal????
Veio o desespero, a vergonha de parecer uma louca que produz sintomas ou que gosta de estar em médicos! ODEIO PRECISAR DE MÉDICOS! Quem me conhece sabe disso!
Mas ali estava eu, com todos os sinas vitais em ordem: oxigenação, batimentos cardíacos, pressão! Mas minhas sensações diziam o contrário!
O médico, acho que já sabendo o que eu estava passando, tratou de me tranquilizar: "fique bem, está tudo normal apesar de parecer que não está! Você deve estar ansiosa, espere lá fora até poder ser vista por um especialista! Mas esteja certa de que está tudo bem!" 
EU? ESPERAR???? Até tentei, mas não deu! Se estava tudo bem que droga era aquela que eu estava sentindo?????
Fui pra casa, dormi uns 40 min, acordei! Fui trabalhar, era primeiro dia de aula na escola e eu nem pude estar lá para receber as crianças! E agora???
Era esperar chegar de noite e pesquisar. Sou pesquisadora por natureza! Pesquiso sobre tudo para ajudar a quem precisa. Pesquisava antes da haver qualquer sinal dessa tal Internet. A biblioteca da UFES era minha segunda casa, passava mais tempo lá, inclusive!
Fui trabalhar, torcendo pra não sentir novamente a terrível sensação que me levou ao hospital!