segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Viver morrida

O que dizer quando não se sabe que palavras usar?
Posso gritar? Posso enlouquecer? Talvez assim consigo expressar.
Estou em crise de abstinência, acho!
Estou sentindo falta... falta de!
Não sou boa com deduções. Sei disso, sempre soube mas continuo me aventurando nessa seara. Besteira! Sempre que faço isso me dou mal, mas insisto!
Deduzo que vou sofrer, que vai doer, que vou morrer mesmo estando viva!
Uma vez escrevi que queria morrer, estando viva, queria viver morrida!
Acho que é isso! É diferente de entrar na caverna, muito diferente.
Quanta coisa tem esse tal de lado emocional! Que saco!
É mais fácil ser frio? Não saberia responder e não me arrisco deduzir por motivos óbvios.
Sabe o que é interessante??? É que do mesmo jeito que quero viver morrida sinto falta de algo que nem perdi!
Culpa de quem??? Da minha doce e estranha-mente!
Ela me apronta cada uma que me aborrece de tal maneira que tento calar a "boca" dela tapando os ouvidos!
Não adianta! Ela fala e fala, eu querendo ou não!
E ela me diz agora, às vezes sussurrando, às vezes gritando: você perdeu!
O que???
Perdeu, simples-mente!
Medo! Na postagem anterior a palavra medo esteve presente. Não sou de temer muitas coisas, principalmente quando me lembro que já enfrentei medos maiores.
Tem como medir o medo? Acho que, no momento em que se sente o medo, não importa do que, ele é sempre grande, sempre!
Os dias foram se passando, e minha busca não parou. Me consultei com um médico amigo, ou melhor, um amigo médico, que sempre me socorreu nessas horas. Chegamos a mesma conclusão: meu corpo estava mandando a conta do desgaste!
Mil idéias, projetos engavetados saindo para dar o ar da graça na orla da Praia da Costa. Amanhã mesmo começarei. Não vai dar, afinal, temos que eliminar qualquer possibilidade de ser algo cardíaco. Marcar consulta e ver no que dá, embora já tivesse quase certeza da resposta.
Marquei, teria que esperar uma semana porque pedi o melhor cardiologista. Até que chegou o dia da consulta tive mais algumas crises, só uma de grande porte.
Finalmente chega  dia 14 e estou lá, frente à frente com o Dr. Eduardo (adoro esse nome), e o resultado foi mesmo o esperado: NADA!
Ainda falta o teste da esteira, só então serei liberada para atividades físicas.
Quero muito fazer algo, estou mesmo sentindo essa necessidade e não vou abrir mão. O professor de educação física da minha escola está montando um programa de exercícios, etc.
Vou começar assim que receber liberação. Vai dar certo!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

As crises!

Bem, passado o susto, chega à noite e vamos aos estudos, leituras, pesquisas.
Se senti algo, foi porque aconteceu! Não estou em estágio esquizofrênico em nenhum grau! Então porque os níveis estavam normais? Não demorou pra entender que o que eu tive foi um ataque de pânico!
A descrição que postei anteriormente explicou tudo!
Em fim, as dúvidas foram sendo sanadas e outras vieram: Quando acontece? Como parar? Como tratar? Como? Quando? Onde? Porque? De que forma?
Certeza de uma coisa apenas: não passaria por passar, vi a palavra psiquiatra no meio de tantos textos.
Algo contra psiquiatra? Não! Mas não quero ir a alguém que vai me "examinar" por 15 min e me passar um remédio tarja preta com retenção de receita. Tenho certa "arrelia" a isso!
Tinha o propósito de dormir cedo mas, fiquei com medo! Medo de acontecer de novo, sei lá!
Não havia nada, mas poderia haver. Fiquei acordada até alta madrugada quando me entreguei e fui dormir.
Foi só me deitar que tive outra crise. Bem menor, menos intensa, mas causou medo do mesmo jeito!
Tentei mentalizar: isso não é real, é só um desequilíbrio hormonal, não é real, não estou morrendo!
Adiantou apenas para eu não ir ao hospital, pois os sintomas são os mesmos e só vão embora quando querem!
Levantei, tomei um banho frio e voltei a deitar.
Dormi, com medo claro! O ser humano não foi feito pra morrer e quando está assim, cara a cara com a possibilidade de ir dessa pra melhor (?), bate o desespero mesmo!
Outro dia chegou, e fiquei me observando pra ver como seria.

Síndrome do Pânico

Primeiro as definições, adoro!

Síndrome  é o grupo ou agregado de sinais e sintomas associados a uma mesma patologia e que em seu conjunto definem o diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica.
                                                                       (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


PânicoA palavra "pânico" deriva do grego πανικός ("pertencente ao deus dos rebanhos, "), que levou diversão de assustadores rebanhos de caprinos e ovinos em explosões repentinas de medo incontrolável. Os gregos antigos creditavam a vitória na batalha de Maratona a Pã. Eles usavam seu nome para o medo exibido pelos soldados inimigos em fuga.
Na natureza, o "estado de pânico" é um sistema de defesa normal e útil que ativa todas as regiões do cérebro que estão relacionadas à atenção. É como se o animal entrasse em alerta máximo e num processo de fuga. Uma característica, por exemplo, é perder um pouco da sensibilidade nas extremidades do corpo para facilitar a fuga; ferimentos leves são ignorados enquanto um animal foge de seu predador
                                                                                        (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


A questão é quando se tem pânico sem estar em real perigo! Isso é uma merda! Algo que te incapacita, te fere e te constrange! Você se sente um ser inutilmente frágil porque tem a real impressão de que vai morrer, algo vai te pegar, te matar sufocado. Algo invisível, que nem ao menos te toca mas tem o poder de roubar seu ar!
Ligue ventiladores, pode se colocar em pé na frente de um, não adianta, estão roubando seu ar, você está ficando tonta, seu cérebro vai apagar, você vai morrer!


"Porém, para o ser-humano, o pânico em situações que não expressam real perigo, pode ser uma doença que atrapalha o convívio social, chamada de síndrome do pânico. O "medo do pânico" pode se tornar o transtorno do pânico relacionadas a outros tipos de patologia psiquiátrica como crise de ansiedade,depressãoestresse e outros."
                                                                                       (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


Pois é, como se não bastasse tudo o que já enfrentei, essa é a bola da vez! 
Terça feira, dia 01/02/2011, dei entrada no ambulatório do Hospital Evangélico com os seguintes sintomas: dor forte no braço esquerdo, formigamento de ambas as mãos, aperto no peito, batimentos cardíacos irregulares, falta de ar, tonturas! A certeza de que provavelmente estava tendo um enfarto era certa!
Tinha uma triagem, tinha senhas, tinha toda uma parafernália necessária para atendimento: maldita UNIMED!
Odeio médicos, hospitais, internações, cheiro de hospital. Deve haver produtos de limpeza "aroma de hospital". Todos os hospitais cheiram a hospital, repararam???
Não segui as as regras dessa vez. Cheguei ao balcão e disse: "É provável que eu esteja tendo um enfarto, preciso de atendimento agora!" Eu não estava prestes a desmaiar ainda, mas se ela não me deixasse entrar eu iria fingir um desmaio, porque de verdade, eu estava muito tonta e com muita dor!
Entrei, o médico era conhecido, mas achei que ele não tivesse me reconhecido. Aferiu tudo, estava tudo normal!
COMO ASSIM???? Estou sentindo a vida ir embora, SEI QUE ESTOU MORRENDO!!! Como assim está tudo normal????
Veio o desespero, a vergonha de parecer uma louca que produz sintomas ou que gosta de estar em médicos! ODEIO PRECISAR DE MÉDICOS! Quem me conhece sabe disso!
Mas ali estava eu, com todos os sinas vitais em ordem: oxigenação, batimentos cardíacos, pressão! Mas minhas sensações diziam o contrário!
O médico, acho que já sabendo o que eu estava passando, tratou de me tranquilizar: "fique bem, está tudo normal apesar de parecer que não está! Você deve estar ansiosa, espere lá fora até poder ser vista por um especialista! Mas esteja certa de que está tudo bem!" 
EU? ESPERAR???? Até tentei, mas não deu! Se estava tudo bem que droga era aquela que eu estava sentindo?????
Fui pra casa, dormi uns 40 min, acordei! Fui trabalhar, era primeiro dia de aula na escola e eu nem pude estar lá para receber as crianças! E agora???
Era esperar chegar de noite e pesquisar. Sou pesquisadora por natureza! Pesquiso sobre tudo para ajudar a quem precisa. Pesquisava antes da haver qualquer sinal dessa tal Internet. A biblioteca da UFES era minha segunda casa, passava mais tempo lá, inclusive!
Fui trabalhar, torcendo pra não sentir novamente a terrível sensação que me levou ao hospital!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Metade...

                     Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

































quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Agonia


Se fosse resolver
iria te dizer
foi minha agonia

Se eu tentasse entender
por mais que eu me esforçasse
eu não conseguiria

E aqui no coração 
eu sei que vou morrer
Um pouco a cada dia

E sem que se perceba
A gente se encontra
Pra uma outra folia

Eu vou pensar que é festa
Vou dançar, cantar
é minha garantia

E vou contagiar diversos corações
com minha euforia

E a amargura e o tempo
vão deixar meu corpo,
minha alma vazia

E sem que se perceba a gente se encontra
pra uma outra folia


Em qualquer tempo, em qualquer lugar!

As ruas mudaram
Os rostos são diferentes.
Era a minha cidade
Eu não a reconheço mais
Eu sou apenas uma estranha
Sem uma terra própria

Eu lembro que você estava lá
Qualquer emoção.
Qualquer verdadeira devoção.
Em qualquer tempo, em qualquer lugar.

As casas mudaram
As vozes são diferentes
Era a minha cidade
Eu não a reconheço mais
Eu sou apenas uma estranha
Sem uma terra própria

Eu lembro que você estava lá
Qualquer emoção.
Qualquer verdadeira devoção.
Em qualquer tempo, em qualquer lugar.

Muitos anos se passaram.
As vidas mudaram.
Era a minha cidade
Eu não a reconheço mais
Eu sou apenas uma estranha
Sem uma terra própria





terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Som do Silêncio


Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim para conversar contigo novamente
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Entre o som do silêncio


Em sonhos agitados eu caminho só
Em ruas estreitas de paralelepípedos
Sob a auréola de uma lamparina de rua
Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade
Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio


E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas talvez mais
Pessoas conversando sem falar
Pessoas ouvindo sem escutar
Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam
Ninguém ousou
Perturbar o som do silêncio


"Tolos," eu disse, "vocês não sabem"
O silêncio como um câncer que cresce
Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar
Tomem meus braços que eu posso lhes estender"
Mas minhas palavras
Como silenciosas gotas de chuva caíram
E ecoaram no poço do silêncio


E as pessoas curvaram-se e rezaram
Ao Deus de néon que elas criaram
E um sinal faiscou o seu aviso
Nas palavras que estavam se formando
E o sinal disse, "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô
E corredores de habitações"
E sussurraram no som do silêncio.